#47 kin no ono


Yuno

Konnichiwa Minna

 

Hoje venho com uma pequena história para vocês hehe, que tal “ao ser honesto muito se ganha, ao contrário só punição” então sendo assim sejam honestos se querem algo que seja por merecer ;p

Kin no ono

 

Há muitos e muitos anos no Japão, havia, num vilarejo ao pé da montanha, um casal de velhinhos muito bondoso. Certa ocasião, o velhinho foi cortar lenha como de costume. Embrenhou-se na mata e começou a trabalhar perto de uma bela cachoeira, cuja queda d’água formava um lago.

Quando o velhinho estava picando galhos secos de árvores para fazer lenhas, a cabeça do machado desprendeu-se do cabo e voou para dentro do lago. Com muita dificuldade, o velhinho desceu até a margem do lago, preocupado em recuperar aquela importante ferramenta de trabalho. Como o lago era fundo, o velhinho ficou sem saber o que fazer.

Então, ocorreu-lhe fazer uma prece pedindo ao deus do lago que lhe ajudasse a recuperar seu instrumento de trabalho. Antigamente, os japoneses desconheciam religiões estrangeiras e todos, influenciados pela religião nativa xintoísta, acreditavam que em todas as coisas da natureza existia um deus que nelas habitava. Assim que acabou de rezar pedindo a graça de recuperar seu machado, o velhinho viu uma enorme carpa dourada saltando sobre a água com algo de intenso brilho na boca. Em seguida, o peixe veio em direção ao velho trazendo a cabeça de um machado. Quando ele chegou junto à margem, o velhinho ficou surpreso ao ver que o machado era de ouro.

O peixe fez um gesto com a cabeça e o ancião entendeu que estava lhe oferecendo o machado dourado. Mas o velhinho era honesto demais para aceitar aquilo que não lhe pertencia.

– Obrigado, mas não posso aceitar. Este machado de ouro não é o meu. O meu é um machado é de ferro, um tanto gasto, de tanto me ajudar no trabalho.

Então, a carpa deu meia-volta, mergulhou para o fundo do lago e voltou com a velha cabeça do machado de ferro na boca.

O velhinho esticou a mão apanhou o machado. Em seguida, fez reverências agradecendo respeitosamente a grande carpa, que ele sabia que era o deus do lago. Assim que o peixe voltou a mergulhar, o velho lenhador voltou para casa feliz por ter recuperado seu bom machado.

Em casa, contou à sua esposa o ocorrido e ela sentiu grande alegria ao saber que o deus do lago ajudou seu marido a recuperar o machado de ferro. O velhinho pensou em colocar um cabo novo, mas a velhinha aconselhou-o a deixar para o dia seguinte, pois o dia havia sido muito cansativo.

Na manhã seguinte, quando acordaram, os dois tiveram uma bela surpresa. O machado de ferro havia se transformado em uma peça de ouro maciço.

– Se é da vontade insistente do deus do lago, devemos aceitar de bom grado – disse o velhinho agradecido.

Na casa vizinha, morava um casal de velhos muito preguiçoso. Diariamente, a vizinha vinha emprestar lenha, pois achavam muito trabalhoso buscar na mata. Assim, como de costume naquela manhã, a vizinha veio emprestar lenha e deparou com os velhinhos admirando o machado de ouro. Ao ver aquela peça dourada, os olhos dela quase saltaram de tenta cobiça.

– Meu Deus! Esse machado deve valer uma fortuna! Como conseguiram esse tesouro?

Então o velhinho contou todo o ocorrido no dia anterior. A vizinha voltou correndo para casa, contou a história para o marido e mandou que ele fosse ao lago da cachoeira, fazer encenação de que estava cortando lenha e derrubar o martelo na água.

O vizinho chegou no mesmo local e fingiu que estava cortando lenha. De repente, deixou o machado cair na água.

Em seguida, rezou alto:
– Deus do lago, por favor, ajude-me a recuperar meu machado que afundou na água.
De repente, surgiu na superfície uma carpa grande trazendo o machado dele na boca.
Vendo que se tratava de seu machado de ferro, o vizinho reclamou, mentindo:
– Mas esse não é o meu machado, o meu machado é de ouro.

A carpa mergulhou para o fundo do lago e voltou com um machado de ouro na boca. Vendo aquela peça reluzente, os olhos do homem brilharam de cobiça e, sem conseguir se conter, ele correu em direção à carpa tentando apanhar o machado dourado. Na ânsia desenfreada de possuir aquele tesouro, ele esqueceu a profundidade do lago e acabou precipitando-se para o fundo, onde morreu afogado.

KONICA MINOLTA DIGITAL CAMERA

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